A FESTA DA UVA CONTINUA - PARTE II - A OMISSÃO DA FUNARTE

Este é o e-mail que recebi à respeito de uma verba liberada para a montagem de um texto meu em Porto Velho. Os caras pegaram a verba e não montaram nada. Já disse aqui, poderia ficar na minha, recebi meus direitos autorais, mas acho escrotice que pessoas peguem dinheiro publico e sintam-se à vontade para não prestar contas à ninguém. Olha a resposta da funarte...!



Prezado Jarbas, todos os projetos que vencem o Prêmio Myriam Muniz de Teatro prestam contas para a coordenação de Teatro. A prestação de contas é de execução e não financeira. Funcionários da coordenação de teatro recebem e avaliam estas prestações de contas. De fato precisamos estar atentos ao uso do dinheiro publico.
Atenciosamente,
Heloisa Vinadé
21 22798018



Tava numas de escrever um texto sobre o natal, ano novo. Mas, na boa? Por mais que eu escreva sobre esse assunto, nunca chego ao ponto. Passo a impressão de não gostar de natal, de ser azedo, coisa e tal. Não é nada disso. Só não gosto do sentimentalismo do momento. Sinto-me deslocado, manja? Acho esquisito pacas , dentre outras tantas esquisitices da época, sair abraçando ou abraçar todo mundo num determinado horário, num gesto que pode ser feito em qualquer dia do ano. E muita gente chama isso de espiritualidade. Mas sei que o problema está em mim. Afinal, são bilhões de pessoas no mundo todo fazendo exatamente a mesma coisa, correto? Dando um rolê pelos blogs dos amigos, achei esse texto do brother Pierre. Achei perfeito.


40 Festas de Fim de Ano

Faz muito tempo que não curto mais ceia de natal e passagem de ano (3, 2, 1 e todo mundo se torna sentimental). Gosto de estar em casa nessas noites, ver um filme, ler, dormir em paz.
Percebi um dia desses que o legal era quando eu não saia a noite o tempo todo. O bacana era ser um garoto na periferia e ter duas noites de salvo conduto por ano.
A família italiana da minha Mãe se reunia na casa da minha Avó, ela cozinhava bem, tinha o tradicional peru, frango assado, as minhas preferidas rabanadas. Depois na casa da minha mãe tinha o tradicional bolinho de batata recheado com carne moída. Esse bolinho era o preferido do meu Amigo Luizão, ele vinha pra minha casa, a gente revia minha coleção de Playboy, ficava dando risada um tempão dessas coisas bobas que grandes Amigos riem juntos (saudades desse meu Parceiro que se auto denominava um “Marronzinho Provocante”). Sempre tinha um camarada que passava de carro, então nós íamos visitar vários Amigos, comer e beber e rir muito até a alta madrugada.
Lembro do primeiro fim de ano depois que o meu Velho morreu. Ficamos eu e meu tio Epaminondas, que era parceiro de cachaça do Japonês, bebendo uísque Teachers e berrando na cozinha de casa por horas. Naquele momento eu ainda não tinha sentido o baque de perder meu Pai, mas o Amigo dele ali bebendo comigo foi algo emocionante.
Hoje em dia vivo a noite sempre que posso (e muitas vezes, quando não posso também). As festas de fim de ano não são nada demais pra mim. Agora não tenho vontade de me confraternizar com ninguém numa noite natalina ou de reveilon. Nem família, nem Amigos.
Gosto de ouvir os rojões enquanto estou na cama cochilando, quase dormindo, lembrar do sorriso do Luizão, das minhas histórias de garoto da quebrada, pensar que sobrevivi (nem sei porque) e derramar uma lágrima por todos que não estão mais aqui, mas que na minha memória são eternos.
 
(Pierre "Maléfico" Massato)

Alienado?

Por conta de um comentário, no Face, fiquei matutando sobre fazer turismo. Há milhares de pessoas que fazem turismo em países extremamente pobres. Com a desculpa de visitar outros povos e seus monumentos, as pessoas viajam à países onde "outras" pessoas passam todo o tipo de privações, fome intensa e têm uma existência com total ausência de dignidade. Outros milhares que fazem turismo em países onde ditadores mandam torturar e matar opositores políticos (Ou de idéias). Como será que funciona isso? Cago geral, me refugiando em hotéis cinco estrelas com a desculpa que estou conhecendo outras culturas? Estou ou não endossando a barbárie desses lugares?


(JCF)

SATYRIANAS...

     A GENTE SE VÊ POR AÍ

O Diretor Renato Andrade
 
Conheci o Renato Andrade quando ele dirigiu RETRATOS & CANÇÕES. Uma peça genial onde ele também assinava o texto. O Renato conseguiu escrever uma história de amor, recheado de clichês bem humorados, usando trechos de trocentas musicas populares. Um trabalho minucioso e que deve ter exigido um bocado de paciência. O resultado não poderia ter sido melhor. Assisti três vezes. E em todas, ri como se fosse a primeira. Um dos melhores espetáculos encenados na Praça Roosevelt, digamos, no seu melhor momento. Nesta edição da Satyrianas, no DramaMix, vou ter a honra e o prazer de ter um texto meu dirigido por esse Cara talentoso a beça: A GENTE SE VÊ POR AÍ: o Último encontro de dois amigos. Um deles, doente terminal. Estou feliz e ansioso por esta parceria. No elenco, Felipe Ramos e Lucas Brandão. Estão todos convidados.

(JCF)